quarta-feira, 2 de setembro de 2009

OS DESCOBRIDORES

Os descobridores
“viver e não ter a vergonha de ser feliz...”
Quem esteve nos bancos escolares na década de 70 e 80, aprendeu que o Brasil foi descoberto por Pedro Álvares Cabral, no dia 22 de abril de 1500. Grande verdade para uma tal ditadura que queria nos topar os olhos com a peneira.
Contudo, a carta de Pero Vaz Caminha chegou às carteiras escolares das últimas décadas e o próprio cronista, ao redigir a carta enviada ao rei, deixa bem claro as intenções de estarem por aqui e que, certamente, não seria aquela a primeira vez, “ Terça-feira, depois de comer, fomos em terra, fazer lenha, e para lavar roupa. Estavam na praia, quando chegamos, uns sessenta ou setenta, sem arcos e sem nada. Tanto que chegamos, vieram logo para nós, sem se esquivarem...E misturaram-se todos tanto conosco que uns ajudavam a acarretar lenha e metá-las nos batéis.” A exploração estava concretizada.
Também é sabido, pela dita nossa certidão de nascimento, que para cá não veio gente muito decente, pois Pero escreveu: “ e o Capitão mandou a dois degregados e Diogo Dias que fosse lá à aldeia e que de modo algum viessem a dormir às naus, ainda que os mandassem embora. E assim se foram.”
Se foram, e ficaram esperando “a vontade” do Capitão, que pouco se importava com a vida de quem não era bem visto na terra de além-mar, se eles iram encontrar canibais, perigos, azar deles, antes eles que nós, assim pensava o “chefinho” das caravelas.
E assim permaneceram na aldeia, quem sabe, até os índios despirem os degredados, os verdadeiros “descobridores” de nosso Brasil.
Por isso, não devemos ter vergonha de nossa identidade, pois fomos realmente colonizados pelos degredados, ou seja, os corajosos deixados nas aldeias dos donos da terra do pau-brasil, que nos deixaram como herança a alegria do canto e liberdade das aves citadas por Caminha e é por isso que Gonzaguinha escreveu: “viver/ e não ter a vergonha de ser feliz/ cantar e cantar e cantar / a beleza de ser um eterno aprendiz,/ ai, meu Deus,/ eu sei que a vida devia ser bem melhor e será... Eta povinho otimista!
Bellani, Arlete Ap.

OS DESCOBRIDORES


“viver e não ter a vergonha de ser feliz...”

Quem esteve nos bancos escolares na década de 70 e 80, aprendeu que o Brasil foi descoberto por Pedro Álvares Cabral, no dia 22 de abril de 1500. Grande verdade para uma tal ditadura que queria nos topar os olhos com a peneira.
Contudo, a carta de Pero Vaz Caminha chegou às carteiras escolares das últimas décadas e o próprio cronista, ao redigir a carta enviada ao rei, deixa bem claro as intenções de estarem por aqui e que, certamente, não seria aquela a primeira vez, “ Terça-feira, depois de comer, fomos em terra, fazer lenha, e para lavar roupa. Estavam na praia, quando chegamos, uns sessenta ou setenta, sem arcos e sem nada. Tanto que chegamos, vieram logo para nós, sem se esquivarem...E misturaram-se todos tanto conosco que uns ajudavam a acarretar lenha e metá-las nos batéis.” A exploração estava concretizada.
Também é sabido, pela dita nossa certidão de nascimento, que para cá não veio gente muito decente, pois Pero escreveu: “ e o Capitão mandou a dois degregados e Diogo Dias que fosse lá à aldeia e que de modo algum viessem a dormir às naus, ainda que os mandassem embora. E assim se foram.”
Se foram, e ficaram esperando “a vontade” do Capitão, que pouco se importava com a vida de quem não era bem visto na terra de além-mar, se eles iram encontrar canibais, perigos, azar deles, antes eles que nós, assim pensava o “chefinho” das caravelas.
E assim permaneceram na aldeia, quem sabe, até os índios despirem os degredados, os verdadeiros “descobridores” de nosso Brasil.
Por isso, não devemos ter vergonha de nossa identidade, pois fomos realmente colonizados pelos degredados, ou seja, os corajosos deixados nas aldeias dos donos da terra do pau-brasil, que nos deixaram como herança a alegria do canto e liberdade das aves citadas por Caminha e é por isso que Gonzaguinha escreveu: “viver/ e não ter a vergonha de ser feliz/ cantar e cantar e cantar / a beleza de ser um eterno aprendiz,/ ai, meu Deus,/ eu sei que a vida devia ser bem melhor e será... Eta povinho otimista!
Cine TeleBrasil

Todas as manhãs, quando acordo, vou ao quarto de meu filho chamá-lo, saio e vou a cozinha preparar nosso café. Da cozinha preciso chamá-lo umas três vezes até ele levantar, mas tudo bem, mãe é pra ter paciência mesmo!
Ele chega todo sonolento, puxa a cadeia, senta-se e começa a folhear o jornal, vai primeiro ver a charge e depois o Caderno L.
Hoje, enquanto colocava as xícaras à mesa, ele me falou:
-Mãe, Americana vai ter cinema outra vez!
- Onde, meu filho?
- Ah, na Rua Carlos Alberto Brassoto, ao lado da Casa da Criança
- É, e qual é o nome desse novo cinema?
- Cinema TeleBrasil
- Interessante, não tinha ouvido falar sobre esse novo cinema
Ele, todo entusiasmado, pois adora aquele que é uma das sete maravilhas da arte, me disse:
-É agora não precisamos mais ir para Santa Barbara assistir um filme, né, mama?
- É, meu filho, infelizmente é um absurdo uma cidade como Americana não ter um cinema, os americanenses que queriam ver filme terem de ir para Campinas, Santa Barbara ou Piracicaba!
E saber que, nem empresários, nem prefeitura, ninguém se mobilizou para que não fechassem as únicas duas salas que tínhamos no Welcome.
Isso, para a cidade de Americana que se diz tão importante, que investe em cultura, lazer, educação, me parece estar falhando em algo, não acha?
Fiz comentário e sentei-me para tomar meu café, não deu tempo de ler o jornal antes do trabalho.
Saímos perdendo a hora, como todo dia! Sabia que iria ler o jornal só à noite.
Bellani, Arlete Aparecida